Artigo Reflexão: Até as crianças?


Por: Rev. Adi Éber Pereira Borges†
“Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra”. Salmo 121.1-2
Não só até as crianças, mas principalmente as crianças. Às vezes é muito difícil para os adultos entenderem a lógica celestial; acostumamos a pensar que, por causa da pouca idade, as crianças não sabem nada, não têm experiência e, por isso, não merecem atenção e não precisam ser ouvidas.
Mero engano nosso. Ah, claro que elas com poucos anos de vida ainda não experimentaram tudo o que nós grandões já vimos e vivemos. Mas no que se refere ao tempo vivido até então, sim, elas já sabem algumas coisas, e nós sempre podemos aprender com elas.

Mas, quem disse que para serem ouvidas por Deus e terem a Sua atenção precisam saber das coisas? Deus compreende até o balbuciar de um infante que nem aprendeu a falar. Então, sim, Deus ouve e atende as crianças.
O Salmo em epígrafe, utilizado na romaria em direção ao lugar preparado para o culto a Deus, era tanto um reconhecimento do povo sobre a necessidade do socorro divino, bem como uma afirmação de fé de quem sabia que o tempo todo Deus estava atento e pronto para ajudar, guardar e proteger.
Enquanto caminhavam liturgicamente para o serviço de adoração e louvor a Deus, o povo cantava e celebrava as maravilhas que Deus realizava. Nesse ajuntamento do povo bíblico todas as pessoas eram convidadas a participar, inclusive as crianças; elas não eram deixadas de lado. O culto adultocêntrico não é reconhecido pelas Sagradas Escrituras e nem deveria ser a nossa prática.
A topografia do chão bíblico era bastante acidentada, ou seja, muitos montes, montanhas e vales e, poeticamente, o salmista olha para aqueles montes meio que querendo ver Deus e se pergunta de onde virá o seu socorro quando for necessário. Ele tinha certeza de que quando ele falasse com Deus clamando por socorro, o Criador do céu e da terra e tudo que neles estão, o Todo-Poderoso estaria pronto para protegê-lo, pois Ele não dorme e nem vacila.

Todas as crianças e, principalmente as crianças precisam de proteção e de alguém que as socorra. Por isso, na certeza de que serão ouvidas por Deus, podem e devem orar. Na simplicidade da pouca idade, nada impede Deus de ouvi-las. Mesmo que lhes venham a faltar a proteção e o cuidado de um pai ou de uma mãe, mesmo que o Estado ou a sociedade não lhes amparem, ou até mesmo a Igreja não lhes garanta o amor, Deus sempre lhes dará socorro, proteção e cuidado. Delas é o reino dos céus.
Deus sente uma alegria enorme em conversar com as crianças.
Rev. Adi Éber Pereira Borges†